De um momento para o outro a nossa vida fica virada de pernas para o ar. Num momento temos tudo sem nos apercebermos, no segundo seguinte sentimos a carne a desprender-se dos ossos.
A dor é tão insuportável que sentimos a pele a queimar, os ossos a serem esmagados, cada membro do nosso corpo a ser arrancado devagarinho, propositadamente para causar dor. Ao contrário do que sempre pensei, esta dor não me fez sentir viva, mas sim morta por dentro.
É incrível como coisas que nos foram completamente indiferentes na maior parte da nossa vida passam, de um instante para o outro, a ser inesquecíveis...pelas razoes erradas. O dia 24 de Novembro será, para o resto da minha vida, um dia de morte. O dia em que perdi .. o dia em que me apercebi que estava a dar atenção às coisas erradas...que corria para os sítios errados, que não dava atenção suficiente às pessoas certas.
Neste dia, metade do meu mundo ruiu. E eu, estava a dormir. Não me despedi e sei que chamaram por mim. Estava a dormir porque estava cansada, estava cansada porque trabalhei mais horas..
Escolhas. Fazemos das nossas escolhas, a nossa vida. Quase sempre, escolhemos erradamente..
E, por vezes, as nossas escolhas são irreversíveis e o que perdemos, é irrecuperável.
Em dois meses, perdi duas das três pessoas mais importantes da minha vida.
São irrecuperáveis. Insubstituíveis. E a palavra NUNCA começa a fazer sentido.
A palavra ADEUS passa a fazer parte da nossa vida,verdadeiramente.
Tive esta pessoa em todos os momentos da minha vida.
Já não a tenho mais.
E faz-me tanta, tanta falta.
De um segundo para o outro, passei a odiar este dia.
16H15
24 novembro 2010
e a minha avó O deixou de respirar.
- nao saberei nunca dizer adeus.-